domingo, 13 de setembro de 2009

Ao som de Miles Davis ("I fall in love so easily")

Por mais que eu saiba como as coisas funcionam, que todo mundo usa todo mundo, que os homens são capazes de te dizer maravilhas com o único objetivo de terem seus propósitos satisfeitos, sempre dói, e dói muito, quando você percebe que projetou expectativas demais numa história para, no final das contas, constatar que foi apenas usada. Que o oportunismo o movia. Que ele via você apenas como uma peça a mais numa engrenagem. E a consideração passa longe mesmo diante de demonstrações, antes reconhecidas, do quanto você se importa com ele. Ninguém exige reciprocidade. Mas falta de consideração, em palavras ásperas e impensadas, é intolerável. Por mais que eu puxe o freio de mão e tente não me empolgar como uma menina de 16 anos a cada paixão, a ilusão é sempre inevitável. O lado racional apanha feio e acaba no chão, impotente, vendo a coisa acontecer e seguir pelo mesmo caminho até as lágrimas que sempre encerram mais um capítulo, e molham mais uma página a ser virada. Não tenho pena de mim mesma. Não me vejo como vítima. Sinto apenas raiva de mim mesma por mais uma derrota da razão e por mais uma vitória da carência. Me pergunto quando vou aprender a não mais me empolgar, e a levar as coisas com cautela para que no fim o tombo seja menor e menos dolorido.

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