Cada vez que me levanto para sair em viagem sinto uma necessidade irresistível de ficar em casa. Como se cada viagem significasse o fim de uma etapa de minha vida, convertida numa perda irreparável. Não importa se viajo por prazer. Essa sensação - mistura de fracasso, melancolia e nostalgia antecipada - me acompanha sempre.
No caminho para o aeroporto de Torrejón vou lendo "El País" e "Les Inrocks". E sinto uma repentina e urgente necessidade de ler todos os livros que aparecem resenhados no suplemento literário "Babelia" ("El asombroso viaje de Pomponio Flato", de Eduardo Mendoza, "Dios no es bueno" de Christopher Hitchens... etc.), ver todos os espetáculos recomendados, comprar todos os discos que me atraem à primeira vista no "Les Inrocks", escutá-los todos, e selecionar os que me seduzem de imediato.
Cada vez que tomo o caminho para um aeroporto creio que estou abandonando minha própria vida, e que me vou à deriva.
"Mi filosofia del desplazamiento", 4 de abril de 2008 - Pedro Almodóvar.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
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