sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Foi a padaria, conheceu o mundo.

(o texto que segue é um pequeno conto, ilustra um comportamento bem comum entre a maioria dos homens. ainda bem que existem exceções que confirmam a regra)

Isaura era a timidez em pessoa. Daquelas mulheres magrinhas, atarracadas, canelas finas e risinho morto, daqueles que parecem muxoxo. Nunca se sabia se estava feliz ou triste, nunca se sabia sequer viva.
Isaura era praticamente uma estrela que esqueceu de brilhar e acabou num canto qualquer de um universo paralelo.
Acontece que Isaura, como qualquer pessoa que não existe e ainda não foi avisada disso, era o cúmulo da servidão, mas se dizia prestativa. Isaura era capaz de fazer tudo o que lhe pedissem e foi por isso e só por isso que Juvenal casou-se com ela, afinal nada melhor do que ter quem lhe faça as coisas, todas elas, de graça.
E Juvenal deu-se conta, num domingão de jogo da seleção canarinho na tv, que não tinha mais cerveja em casa. Pediu para Isaura ir até a padaria comprar e é claro que ela foi, quase que num pé de vento.
Mas, esse mesmo pé de vento não a trouxe. Isaura não voltou.
O padeiro pediu que ficasse por lá, com ele. E ela, claro ficou.
Isso Juvenal nunca havia pedido a ela.

Um comentário:

  1. o_O
    sem exageros!
    "ilustra um comportamento bem comum entre a maioria dos homens. ainda bem que existem exceções que confirmam a regra" que ilustra UM comportamento é certo, mas que é maioria já não me parece, menos pré conceitos por favor.

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