quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Não me lembro o primeiro livro que li. Mas meu primeiro livro preferido chamava-se As Fantasias de Rosinha Era um livro boneco, de 1959. Eu devo tê-lo ganhado por volta de 1982. Ganhei em uma corrente. Foi o único que chegou à minha casa. Foi minha mãe que me inscreveu nessa correte de livros, pois eu era muito nova e nem lia ainda, e não imagino o porquê, sendo ela uma pessoa tão cética quanto aos seres vivos (ela sempre me disse que era bobagem ter medo de fantasmas, porque só quem faz mal é gente de carne e osso, o que um fantasma pode fazer com você?). O livro boneco assim se chama por contém um manequim de papel articulado na última página, e o conteúdo do livro contém na página esquerda a história e na direita a roupa do boneco. As fantasias de rosinha iam da mais simples a mais rica, pois rosinha era uma menina voluntariosa. Até que no final ela perde: acaba sendo obrigada a fantasiar-se de faxineira para deixar de ser mimada. Eu sempre achei a rosinha burra, eu teria ficado com a primeira fantasia já, sem reclamar. O que faz de mim, obviamente, muito mais tonta. Mas eu gostava da boneca articulada e das diversas roupinhas.

A primeira vez em que chorei lendo um livro foi a mulher que matou os peixes. Eu não entendia como ela pode matar os peixes. Porque ela matou os peixes. E eu chorei muito por esses peixes.

Meu primeiro amor chamava-se Janusz Korczak. Ele morreu em um campo de concentração, e foi a primeira vez que eu ouvi falar de outras religiões e de guerra. O livro chamava-se quando eu voltar a ser criança, e eu fantasiava em voltar no tempo da infância dele.

Meu único amigo imaginário foi Monteiro Lobato. Conversávamos todos os dias.

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