Assim como Carlos Drummond, outro poeta que também emprestou seu talento à, digamos, sacanagem, foi Manuel Bandeira. Em 1962, ele escreveu A cópula, poema inédito até 1986, quando a revista brasiliense Bric a Brac, após minuciosa pesquisa de estilo e grafológica, concluiu pela confirmação da autoria do poema. O original, manuscrito, o poeta enviou de presente a Pedro Nava, e foi encontrado em 1986, no acervo de obras raras da biblioteca da UnB, dentro de um exemplar do livro Parnaso Bocagiano-Poesias Eróticas e Burlescas e Satyricas, que Bandeira também havia dado de presente a Nava, em 1945. O que acham? Sexo e poesia, afinal, combinam? A Cópula
Depois de lhe beijar meticulosamente o cu
que é uma pimenta, a buceta que é um doce,
o moço exibe a moça o que trouxe de bagagem,
culhões e membro, um membro enorme e tungente.
Ela toma-o na boca e morde-o incontinente,
não pode ele conter-se e de um jato esporrou-se
Não desarmou-lhe porém, antes mais rijo alterou-se,
e fudeu-a. Ela geme, ela peida, ela sente que vai morrer
Eu morro! Ai! Não queres que eu morra?
Grita para o rapaz que aceso como um diabo
arde em cio e tesão na amorosa gangorra.
E titilando-a nos mamilos e no rabo
(que depois irá ter sua ração de porra)
lhe enfia a gona adentro o mangalho até o cabo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário