sábado, 17 de outubro de 2009

Manuel Bandeira. Deliciosamente libertino

Assim como Carlos Drummond, outro poeta que também emprestou seu talento à, digamos, sacanagem, foi Manuel Bandeira. Em 1962, ele escreveu A cópula, poema inédito até 1986, quando a revista brasiliense Bric a Brac, após minuciosa pesquisa de estilo e grafológica, concluiu pela confirmação da autoria do poema. O original, manuscrito, o poeta enviou de presente a Pedro Nava, e foi encontrado em 1986, no acervo de obras raras da biblioteca da UnB, dentro de um exemplar do livro Parnaso Bocagiano-Poesias Eróticas e Burlescas e Satyricas, que Bandeira também havia dado de presente a Nava, em 1945. O que acham? Sexo e poesia, afinal, combinam?
A Cópula

Depois de lhe beijar meticulosamente o cu

que é uma pimenta, a buceta que é um doce,

o moço exibe a moça o que trouxe de bagagem,

culhões e membro, um membro enorme e tungente.


Ela toma-o na boca e morde-o incontinente,

não pode ele conter-se e de um jato esporrou-se

Não desarmou-lhe porém, antes mais rijo alterou-se,

e fudeu-a. Ela geme, ela peida, ela sente que vai morrer


Eu morro! Ai! Não queres que eu morra?

Grita para o rapaz que aceso como um diabo

arde em cio e tesão na amorosa gangorra.

E titilando-a nos mamilos e no rabo


(que depois irá ter sua ração de porra)

lhe enfia a gona adentro o mangalho até o cabo.

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